segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

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Amar nunca é receber.

É sempre dar... mais, mais e mais.

Adictivamente.

O amor é o heraldo obcessivo do altruismo... suscite reacção ou não, indiferente à natureza da mesma: é assim e assim continurá a ser, alheio a tudo e todos.

Pouco lhe interessa danos colaterais, quem ganha, quem perde... tudo são redundâncias. É escuma sobre uma obra de arte acabada de esculpir. E cuja limpeza nos é delegada e não a essa estupida ilusão que é o passar dos dias, que só os parvos e pobres de espírito comem como solução. Porque o amar não é quantificavel, à semelhança de todas as outras coisas belas.

E a razão pela qual te sentes tão dilacerado por dares à luz o sublime dos sublimes reside na lucidez da nossa alma... não és tu que transportas a cruz sorrindo em nome do amar supremo. Nenhuma alma humana o fez até hoje, exceptuando uma. Só essa alma entendeu na prefeição o quão falsa e aparente é a crueldade que muitas vezes atribuem ao amor.

Porque se é verdade que o teu amor não te pertence a partir do momento que o liberas, és tu mesmo que sentes o impulso suicida de o sobrealimentar e de acartar toda e qualquer consequência de algo que já não controlas (e parece controlar-te ao invés).

Por isso não cometas a estupidez de guardar o amor para o teu eu. Limpa a escuma, ou retoca a escultura... e continua a dar. Porque apesar do amor ser enorme demais para te pertencer a ti ou a alguém, a obra resultante é sempre tua. E é sempre bela como as mais belas... mesmo quando ainda se encontra coberta de detritos que, ao remover, magoam o coração e não as mãos.

Porque o amor resume-se a isso: dar. E ninguém pode roubar algo que dás.
Em contraponto só pode ter uma resposta válida: amar também.

E amar nunca é receber.

É sempre dar... mais, mais e mais.

O teu amar não é dos outros, nem sequer teu ... é A SUPREMA obra de arte.

E essa obra de arte és tu

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